Pequenos excertos de uma conversa entre Michael Biberstein, Fernando Calhau e Delfim Sardo: Paint in Black, 1995
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"MB: Eu tenho algumas esperanças em relação à minha pintura, que as
pessoas parem durante, digamos, dois minutos. A maior parte das pessoas quando
olha para a arte é como se fizesse zapping com o comando da televisão. Se eu
conseguir que uma pessoa pare diante de uma pintura minha por um... ou dois...
minutos... tirá-la desta pressa... já ficaria diferente."
"MB: ... a questão não é captar a atenção do espectador, é fazê-lo
parar, torná-lo mais lento. Eu gostava que as minhas pinturas arrefecessem as
pessoas por um segundo. Isso seria um bom efeito lateral da minha pintura.
Penso que este é um dos papéis da arte em geral, talvez ainda mais que da
música. Um dos seus principais papéis sociológicos: dar um momento de
descontracção à mente, ao cérebro. Esse é o papel da arte hoje, para substituir
alguma coisa que se perdeu no nosso discurso lógico."
Do meu lado podes ficar contente Mike porque eu, não só paro em frente das tuas pinturas como como entro dentro delas e me deixo ir. A tua pintura transmite-me uma sensação de imensidão, serenidade e paz de espírito, viajo nelas e revejo-me, nas tuas paisagem e atmosferas, na tua sensibilidade plástica. Admiro-te imensamente por quem foste, pela tua amizade, o teu saber, abertura de espírito, raciocínio, simplicidade e intensidade de valores. Thanks por me teres ensinado a olhar e a questionar!
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