sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Henrique Pousão


Henrique Pousão (1859-1884), uma das mais notáveis figuras da pintura portuguesa do século XIX.

Nasce a 1 de Janeiro de 1859, em Vila Viçosa, no nº 10 da Rua da Corredoura, actualmente denominada Rua Florbela Espanca. Com doze anos muda-se com os seus pais para o Porto.

Em 1872, com apenas 13 anos de idade, inicia os estudos na Academia de Belas-Artes do Porto, após aprendizagem feita com o pintor António José da Costa.

No ano seguinte, conquista os seus primeiros prémios artísticos, na disciplina de Desenho Histórico e em 1880, termina o curso de Pintura. Nesse mesmo ano, abre na Academia de Belas-Artes portuense, um concurso para bolseiros no estrangeiro. Pousão concorre e ganha, seguindo para Paris por um ano, com passagem por Madrid.

Em Paris, durante o ano de 1881, estuda nos ateliers de pintura de Yvon e de Cabanel. Trabalha até à exaustão e adoece com uma forte constipação, que degenerará em tuberculose.


Na procura de melhor clima para restabelecimento da sua débil saúde, desloca-se a Puy-de-Dome e daí até Marselha passando para Itália, onde estadia em Turim e Pisa, chegando a Roma no final desse ano. No Verão de 1882, desloca-se à ilha de Capri, onde, extasiado com a luz mediterrânica, pinta as suas melhores obras, diversas paisagens e o conhecido óleo "Casa das Persianas Azuis".

No fim do Verão de 1883, regressa a Portugal, percorrendo a costa mediterrânica. A 15 de Novembro chega a Vila Viçosa, ficando hospedado em casa de familiares.

Em 1884, pinta as suas últimas obras: "Aspecto da Casa do Primo Matroco", onde viria a falecer e "Rosas num Copo", pintado para ser oferecido ao seu médico Dr. Couto Jardim.

Entre 20 e 27 de Março desse ano, Henrique Pousão morre vítima de tuberculose pulmonar

A reconhecida autonomia e originalidade da obra produzida por Pousão sobretudo nos dois últimos anos a sua vida, encontra-se cuidadosamente documentada pelo próprio artista, as suas raízes e contexto.

O video é uma mostra da exposição "Diário de um Estudante de Belas Artes - Henrique Pousão (1859-1884)" que decorreu no Museu Nacional de Soares dos Reis de 22 de Outubro de 2009 a 31 de Janeiro de 2010. Esta exposição foi Comissariada por Lúcia Almeida Matos. Colaboração da U.Porto.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010


Estava hoje a arrumar alguns “recuerdos”, quando descobri uma foto tirada enquanto estava a amamentar uma das minhas filhas, estes seres tão admiráveis e minúsculos, e vieram-me à memória recordações tão nítidas de tempos idos, imagens tão cheias de alegria e ternura… na verdade ter um filho é maravilhoso e amamentá-lo é um prazer sublime! Sentir uma filha enroscada no nosso corpo, alimentando-se de nós, acariciando os nossos seios com deditos ínfimos numa delicadeza tão suave e tão natural como só ela pode ter para nos tocar. Olharmo-nos nos seus olhos que perguntam tantas coisas e que respondem aos nossos. Sentir os seus pequenos corpos de princípio tão sôfregos e alvoraçados, começar a sossegar e ver como em tão pouco tempo os seus olhitos se fecham e temos que lhes abrir suavemente os lábios para que nos soltem.
Aí percebemos que coisa é esta de ter um filho e o que significa amá-lo!
"Je vais aller sans espoir jusqu'au bout de mes déchirements, jusqu'à leur tendresse."
Nicolas de Staël
1914-1955

terça-feira, 5 de outubro de 2010



"Me crié entre libros, haciendo amigos invisibles en
páginas que se deshacían en polvo y cuyo olor aún conservo en las manos"

Carlos Ruiz Zafón, La sombra del viento

Este livro marcou-me intensamente e estou perfeitamente de acordo com o que ele diz: "os livros são espelhos: só se vê neles o que já levamos dentro de nós"!

Lindo!!!! Adoraria ter sido eu a dizer esta frase!!

Os vários 5 de Outubro...



A 5 de Outubro de 1143, decorreu em Zamora a assinatura do tratado celebrado entre D. Afonso Henriques e o seu primo Afonso VII e que marcou a data da independência de Portugal quebrando a vassalagem que o país tinha em relação a Castela e Leão e dando inicio à dinastia Afonsina.

Portugal criou a sua independência há 867 anos!



Foi também a 5 de Outubro que, de forma algo amadora e quase acidental, os republicanos puseram fim a 767 anos de monarquia em Portugal, ao cabo de 48 horas de luta na Rotunda, no Tejo e na linha de Alcântara.

O 5 de Outubro de 1910 inaugurou assim o século XX português, fazendo do país, ao tempo, a segunda República moderna da Europa a seguir à francesa e consagrando uma forma de regime que, apesar da variação de conteúdo ao longo das décadas seguintes, é ainda aquela que hoje rege Portugal.

Portugal tem uma República que faz hoje 100 anos!

sábado, 2 de outubro de 2010

Foi há tão pouco tempo...


foi há tão pouco tempo...
que te olhei pela primeira vez

éramos os dois sozinhos
depois de amores desavindos,
vidas de paixão...
alegrias
filhos!!

não procurava nada.

afinal estava de férias
por duas semanas apenas,
no time for romance!

uma amiga comum
imaginara a possibilidade
de uma empatia entre os dois.
expectativa dela
não a minha!

o final de uma longa viagem
tinha-me levado ao Cono Sur.
uma casa na praia
e um grupo heterogéneo
esperava a minha chegada

fomos apresentados
e não te dei importância.
escondida dentro de mim
sorria a todos
tentando encaixar-me neste lugar,
neste ambiente

a noite foi longa
horas trocadas
jet leg
e finalmente adormeci

no dia seguinte lá estavas,
lembro-me como se tivesse sido hoje.
com ternura na voz e palavras cálidas
convidaste-me, vamos? a la puesta del sol?...
e terminaste
só vão estar amigos, no chiringuito da praia.

não queria ir,
assustava-me entrar no meio de gente que não conhecia
que falavam uma língua que não dominava...

imaginei logo a limitação da conversa!!

porém, acedi.
entrei no teu carro,
que era diferente de todos os que tinha entrado
sem vidros nas janelas
sem estofos nos bancos
um carro com temperamento

levaste-me a uma praia linda
onde um mar de amigos
me olhava com ar inquisidor

examinaram-me,
demorada e minuciosamente.
pediram-te que me apresentasses
e, sem dar muita confiança
disseste:
- é a portuguesa,
amiga da Diná, acabada de chegar

a tua postura era serena, tranquila,
afinal este era o teu mundo
e estavas interessado em demonstrá-lo

o chiringuito,
todo de madeira
era lindo e acolhedor,
serviam caipirinhas
e o cheiro a pizza feita em forno de lenha
pairava no ar

um jogo de voleibol de praia
entre amigos ia começar
convidaste-me a participar
mas timidamente recusei

estava um dia lindo e
aguardávamos o pôr-do-sol

senti-me bem no teu ambiente,
lembro-me de ter, pela primeira vez,
reparado nas tuas mãos.
eram lindas, pensei
dedos magros mas fortes,
falavas com os teus olhos azuis
e as palavras saíam-te sensuais.
foste falando, sobre o teu lindo país,
numa voz era calma, atenciosa
e os teus relatos apaixonados
brotavam do azul transparente dos teus olhos
e amoleciam as minhas defesas.

tinha-te avisado que precisava de regressar cedo,
com receio que não tivéssemos conversa,
afinal, só tínhamos dois dias de vida!

mas o ambiente afectuoso que criaste,
a linda e amena tarde,
o mar apetecível, de águas mornas,
foram-me convidando a ficar

dezenas de crianças brincavam na areia
vários amigos de pele bronzeada
conversavam animadamente
e entre risadas todos esperavam
a descida do astro no horizonte

pediste-me para ficar

e fui ficando, ouvindo a música da tua voz
que me embalava,
que entrava em mim e me sossegava

um aplauso dos clientes do chiringo
acordaram-me deste encanto
era altura de festejar
o término de mais um dia
um dia a mais nas nossas vidas
mas este, não o sabia ainda,
era um dia diferente dos outros,

os teus olhos
as tuas mãos
o teu corpo
as tuas descrições
tinham mexido comigo.
sentia-me em casa
tranquila e feliz
e conseguia sentir os meus olhos a sorrir.

este tinha sido
o primeiro
dos 1321 dias de felicidade
contigo
neste meu novo continente

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

in the mood for pearl jam...


Yes I understand that every life must end
As we sit alone, I know someday we must go
I'm a lucky man to count on both hands
The ones I love...

Some folks just have one
Others they got none,

Stay with me
Let's just breathe

Practiced are my sins
Never gonna let me win
Under everything, just another human being
Yea, I don't wanna hurt, there's so much in this world
To make me bleed

Stay with me
You're all I see

Did I say that I need you?
Did I say that I want you?
Oh, if I didn't I'm a fool you see
No one knows this more than me
As I come clean


I wonder everyday
As I look upon your face
Everything you gave
And nothing you would take
Nothing you would take
Everything you gave

I say that I need you?
Did I say that I want you?
Oh, if I didn't I'm a fool you see
No one knows this more than me
As I come clean

Nothing you would take
Everything you gave
Hold me 'till I die
Meet you on the other side