sábado, 25 de dezembro de 2010
My tin little man
este pequeno ser que eu fiz nascer, resultado de alguns resíduos de saborosos chocolates!!:))
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Genialidade
Na minha pesquisa sobre a "consciência" relacionada com o último livro do Damásio, descobri algo interessante. Todos nós já pensámos nisto e subjectivamente sabemos ou temos presente, mas tal como os livros do Alberoni, é bom ver escrito aquilo que na maioria das vezes empiricamente descobrimos ao longo da nossa vivência. O artigo dizia:
A genialidade não é nada com que se nasça! Ninguém nasce génio. Leonardo da Vinci, Oscar Wilde, Amadeus Mozart, nenhum deles nasceu génio. Em quaisquer das áreas, obter uma realização de carácter internacional exige pelo menos dez mil horas de prática. De acordo com de dezenas de estudos da cognição, para pesquisa da mente humana, os resultados foram sempre os mesmos: os génios praticam mais! As vias neurais requerem estimulação repetida para alcançar um nível de "génio" ou de mestria. Os neurónios devem ser estimulados e re-estimulados vezes sem conta e o hipocampo é essencial para este processo de aprendizagem, para este processo de obtenção de suprema mestria
Mas porque é que só alguns têm a vontade, a persistência, o empenho, a tenacidade necessária? Que parte do nosso cérebro influi ou condiciona este tipo de personalidade em que o intelecto prevalece sobre a vontade???
A genialidade não é nada com que se nasça! Ninguém nasce génio. Leonardo da Vinci, Oscar Wilde, Amadeus Mozart, nenhum deles nasceu génio. Em quaisquer das áreas, obter uma realização de carácter internacional exige pelo menos dez mil horas de prática. De acordo com de dezenas de estudos da cognição, para pesquisa da mente humana, os resultados foram sempre os mesmos: os génios praticam mais! As vias neurais requerem estimulação repetida para alcançar um nível de "génio" ou de mestria. Os neurónios devem ser estimulados e re-estimulados vezes sem conta e o hipocampo é essencial para este processo de aprendizagem, para este processo de obtenção de suprema mestria
Mas porque é que só alguns têm a vontade, a persistência, o empenho, a tenacidade necessária? Que parte do nosso cérebro influi ou condiciona este tipo de personalidade em que o intelecto prevalece sobre a vontade???
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
A Consciência
António Damásio, Los Angeles
Adorava poder ter um dia uma conversa com este português americano, António Damásio!
Os seus livros fascinam-me na simplicidade com que "traduz" factos e descobertas científicas que, se não "traduzidas" por Damásio para um leigo como eu, seriam completamente incompreensíveis!!
A clareza de propósito, a consciência da própria existência, a sabedoria e facilidade linguística que aplica quando esmiúça factos insondáveis e ainda a capacidade de sintetizar e organizar o raciocínio tornam-no aos meus olhos um dos homens actualmente mais interessantes no planeta.
sábado, 20 de novembro de 2010
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Meet 2011 TED Prize Winner: JR
Acho esta uma ideia incrível, que desafia estereótipos e que utiliza caricaturas como humor. Isto pode criar o vislumbre de uma nova realidade, o facto de aceitar os outros independentemente da sua nacionalidade, cor, género, religião, etc.
O JR expõe as suas fotografias na maior galeria de arte do planeta, o planeta itself!! Podemos ver o seu trabalho por todas as ruas do mundo, em exposição para pessoas que normalmente não são visitantes de museus.
O seu trabalho mescla Arte e Acção, fala sobre compromissos, liberdade, identidade e limite!
Espero que alguma coisa possa mudar com o seu trabalho!!
Isto é arte!!! Enjoy it!!
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Henrique Pousão
Henrique Pousão (1859-1884), uma das mais notáveis figuras da pintura portuguesa do século XIX.
Nasce a 1 de Janeiro de 1859, em Vila Viçosa, no nº 10 da Rua da Corredoura, actualmente denominada Rua Florbela Espanca. Com doze anos muda-se com os seus pais para o Porto.
Em 1872, com apenas 13 anos de idade, inicia os estudos na Academia de Belas-Artes do Porto, após aprendizagem feita com o pintor António José da Costa.
No ano seguinte, conquista os seus primeiros prémios artísticos, na disciplina de Desenho Histórico e em 1880, termina o curso de Pintura. Nesse mesmo ano, abre na Academia de Belas-Artes portuense, um concurso para bolseiros no estrangeiro. Pousão concorre e ganha, seguindo para Paris por um ano, com passagem por Madrid.
Em Paris, durante o ano de 1881, estuda nos ateliers de pintura de Yvon e de Cabanel. Trabalha até à exaustão e adoece com uma forte constipação, que degenerará em tuberculose.
Na procura de melhor clima para restabelecimento da sua débil saúde, desloca-se a Puy-de-Dome e daí até Marselha passando para Itália, onde estadia em Turim e Pisa, chegando a Roma no final desse ano. No Verão de 1882, desloca-se à ilha de Capri, onde, extasiado com a luz mediterrânica, pinta as suas melhores obras, diversas paisagens e o conhecido óleo "Casa das Persianas Azuis".
No fim do Verão de 1883, regressa a Portugal, percorrendo a costa mediterrânica. A 15 de Novembro chega a Vila Viçosa, ficando hospedado em casa de familiares.
Em 1884, pinta as suas últimas obras: "Aspecto da Casa do Primo Matroco", onde viria a falecer e "Rosas num Copo", pintado para ser oferecido ao seu médico Dr. Couto Jardim.
Entre 20 e 27 de Março desse ano, Henrique Pousão morre vítima de tuberculose pulmonar
A reconhecida autonomia e originalidade da obra produzida por Pousão sobretudo nos dois últimos anos a sua vida, encontra-se cuidadosamente documentada pelo próprio artista, as suas raízes e contexto.
O video é uma mostra da exposição "Diário de um Estudante de Belas Artes - Henrique Pousão (1859-1884)" que decorreu no Museu Nacional de Soares dos Reis de 22 de Outubro de 2009 a 31 de Janeiro de 2010. Esta exposição foi Comissariada por Lúcia Almeida Matos. Colaboração da U.Porto.
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Estava hoje a arrumar alguns “recuerdos”, quando descobri uma foto tirada enquanto estava a amamentar uma das minhas filhas, estes seres tão admiráveis e minúsculos, e vieram-me à memória recordações tão nítidas de tempos idos, imagens tão cheias de alegria e ternura… na verdade ter um filho é maravilhoso e amamentá-lo é um prazer sublime! Sentir uma filha enroscada no nosso corpo, alimentando-se de nós, acariciando os nossos seios com deditos ínfimos numa delicadeza tão suave e tão natural como só ela pode ter para nos tocar. Olharmo-nos nos seus olhos que perguntam tantas coisas e que respondem aos nossos. Sentir os seus pequenos corpos de princípio tão sôfregos e alvoraçados, começar a sossegar e ver como em tão pouco tempo os seus olhitos se fecham e temos que lhes abrir suavemente os lábios para que nos soltem.
Aí percebemos que coisa é esta de ter um filho e o que significa amá-lo!
terça-feira, 5 de outubro de 2010
"Me crié entre libros, haciendo amigos invisibles en
páginas que se deshacían en polvo y cuyo olor aún conservo en las manos"
Carlos Ruiz Zafón, La sombra del viento
Este livro marcou-me intensamente e estou perfeitamente de acordo com o que ele diz: "os livros são espelhos: só se vê neles o que já levamos dentro de nós"!
Lindo!!!! Adoraria ter sido eu a dizer esta frase!!
Os vários 5 de Outubro...
A 5 de Outubro de 1143, decorreu em Zamora a assinatura do tratado celebrado entre D. Afonso Henriques e o seu primo Afonso VII e que marcou a data da independência de Portugal quebrando a vassalagem que o país tinha em relação a Castela e Leão e dando inicio à dinastia Afonsina.
Portugal criou a sua independência há 867 anos!
Foi também a 5 de Outubro que, de forma algo amadora e quase acidental, os republicanos puseram fim a 767 anos de monarquia em Portugal, ao cabo de 48 horas de luta na Rotunda, no Tejo e na linha de Alcântara.
O 5 de Outubro de 1910 inaugurou assim o século XX português, fazendo do país, ao tempo, a segunda República moderna da Europa a seguir à francesa e consagrando uma forma de regime que, apesar da variação de conteúdo ao longo das décadas seguintes, é ainda aquela que hoje rege Portugal.
Portugal tem uma República que faz hoje 100 anos!
sábado, 2 de outubro de 2010
Foi há tão pouco tempo...
foi há tão pouco tempo...
que te olhei pela primeira vez
éramos os dois sozinhos
depois de amores desavindos,
vidas de paixão...
alegrias
filhos!!
não procurava nada.
afinal estava de férias
por duas semanas apenas,
no time for romance!
uma amiga comum
imaginara a possibilidade
de uma empatia entre os dois.
expectativa dela
não a minha!
o final de uma longa viagem
tinha-me levado ao Cono Sur.
uma casa na praia
e um grupo heterogéneo
esperava a minha chegada
fomos apresentados
e não te dei importância.
escondida dentro de mim
sorria a todos
tentando encaixar-me neste lugar,
neste ambiente
a noite foi longa
horas trocadas
jet leg
e finalmente adormeci
no dia seguinte lá estavas,
lembro-me como se tivesse sido hoje.
com ternura na voz e palavras cálidas
convidaste-me, vamos? a la puesta del sol?...
e terminaste
só vão estar amigos, no chiringuito da praia.
não queria ir,
assustava-me entrar no meio de gente que não conhecia
que falavam uma língua que não dominava...
imaginei logo a limitação da conversa!!
porém, acedi.
entrei no teu carro,
que era diferente de todos os que tinha entrado
sem vidros nas janelas
sem estofos nos bancos
um carro com temperamento
levaste-me a uma praia linda
onde um mar de amigos
me olhava com ar inquisidor
examinaram-me,
demorada e minuciosamente.
pediram-te que me apresentasses
e, sem dar muita confiança
disseste:
- é a portuguesa,
amiga da Diná, acabada de chegar
a tua postura era serena, tranquila,
afinal este era o teu mundo
e estavas interessado em demonstrá-lo
o chiringuito,
todo de madeira
era lindo e acolhedor,
serviam caipirinhas
e o cheiro a pizza feita em forno de lenha
pairava no ar
um jogo de voleibol de praia
entre amigos ia começar
convidaste-me a participar
mas timidamente recusei
estava um dia lindo e
aguardávamos o pôr-do-sol
senti-me bem no teu ambiente,
lembro-me de ter, pela primeira vez,
reparado nas tuas mãos.
eram lindas, pensei
dedos magros mas fortes,
falavas com os teus olhos azuis
e as palavras saíam-te sensuais.
foste falando, sobre o teu lindo país,
numa voz era calma, atenciosa
e os teus relatos apaixonados
brotavam do azul transparente dos teus olhos
e amoleciam as minhas defesas.
tinha-te avisado que precisava de regressar cedo,
com receio que não tivéssemos conversa,
afinal, só tínhamos dois dias de vida!
mas o ambiente afectuoso que criaste,
a linda e amena tarde,
o mar apetecível, de águas mornas,
foram-me convidando a ficar
dezenas de crianças brincavam na areia
vários amigos de pele bronzeada
conversavam animadamente
e entre risadas todos esperavam
a descida do astro no horizonte
pediste-me para ficar
e fui ficando, ouvindo a música da tua voz
que me embalava,
que entrava em mim e me sossegava
um aplauso dos clientes do chiringo
acordaram-me deste encanto
era altura de festejar
o término de mais um dia
um dia a mais nas nossas vidas
mas este, não o sabia ainda,
era um dia diferente dos outros,
os teus olhos
as tuas mãos
o teu corpo
as tuas descrições
tinham mexido comigo.
sentia-me em casa
tranquila e feliz
e conseguia sentir os meus olhos a sorrir.
este tinha sido
o primeiro
dos 1321 dias de felicidade
contigo
neste meu novo continente
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
in the mood for pearl jam...
Yes I understand that every life must end
As we sit alone, I know someday we must go
I'm a lucky man to count on both hands
The ones I love...
Some folks just have one
Others they got none,
Stay with me
Let's just breathe
Practiced are my sins
Never gonna let me win
Under everything, just another human being
Yea, I don't wanna hurt, there's so much in this world
To make me bleed
Stay with me
You're all I see
Did I say that I need you?
Did I say that I want you?
Oh, if I didn't I'm a fool you see
No one knows this more than me
As I come clean
I wonder everyday
As I look upon your face
Everything you gave
And nothing you would take
Nothing you would take
Everything you gave
I say that I need you?
Did I say that I want you?
Oh, if I didn't I'm a fool you see
No one knows this more than me
As I come clean
Nothing you would take
Everything you gave
Hold me 'till I die
Meet you on the other side
Yes I understand that every life must end
As we sit alone, I know someday we must go
I'm a lucky man to count on both hands
The ones I love...
Some folks just have one
Others they got none,
Stay with me
Let's just breathe
Practiced are my sins
Never gonna let me win
Under everything, just another human being
Yea, I don't wanna hurt, there's so much in this world
To make me bleed
Stay with me
You're all I see
Did I say that I need you?
Did I say that I want you?
Oh, if I didn't I'm a fool you see
No one knows this more than me
As I come clean
I wonder everyday
As I look upon your face
Everything you gave
And nothing you would take
Nothing you would take
Everything you gave
I say that I need you?
Did I say that I want you?
Oh, if I didn't I'm a fool you see
No one knows this more than me
As I come clean
Nothing you would take
Everything you gave
Hold me 'till I die
Meet you on the other side
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
saudades de me sentir feliz
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Llévame hasta mi casa
Vengo de un prado vacío
un país con el nombre de un río
un edén olvidado
un campo al costado del mar.
Pocos caminos abiertos
todos los ojos en el aeropuerto
Unos años dorados
un pueblo habituado a añorar.
Como me cuesta quererte
Me cuesta perderte
Me cuesta olvidar
El olor de la tierra mojada
La brisa del mar,
brisa del mar, llévame hasta mi casa.
Un sueño y un pasaporte
como las aves buscamos el norte
cuando el invierno se acerca y el frío comienza a apretar.
Y este es un invierno largo
van varios lustros de tragos amargos
y nos hicimos mayores esperando las flores
del Jacarandá.
Como me cuesta marcharme
me cuesta quedarme
me cuesta olvidar
el olor de la tierra mojada
la brisa del mar
brisa del mar, llévame hasta mi casa.
Brisa del mar
letra da música de Jorge Drexler
sábado, 4 de setembro de 2010
La Mosca - Um voo genial e incómodo
"La Mosca"
Este foi o último álbum do grande músico Uruguaio Eduardo Mateo e o mais extremista, radical e complexo. "La Mosca" marca a obsessão que Mateus tinha com o tempo. O disco é de 1989 e Mateus morreu em 1990.
Agora, que o culto ao músico uruguaio, falecido em 16 Maio de 1990, tem vindo a crescer, especialmente em Buenos Aires, torna-se imprescindível ouvir “La mosca” (1989) que integrou a série “La maquina del tiempo” iniciada em 1983.
Mateo era obcecado com o tempo (na verdade, era um desleixado coleccionador de relógios velhos). “La Mosca”, paradoxalmente, é um disco futurista. Entre sons do mar e o tic-tac persistente de um relógio, um tema como “Somos eras” cavalga sobre um harpejo melancólico, mas o tom predominante é diferente: baterias digitais, voz deformada e os teclados de Hugo Jasa, jinglero e co-autor de todos os arranjos.
Excepto em “Juntos podemos chegar”, uma espécie de bossa nova tecno, não há músicas suaves na “Mosca”. Há, de facto, uma necessidade de reforçar uma atitude ideológica que está em dívida com um contemporâneo de Mateus, o também já falecido Jorge Lazaroff.
É preciso situarmo-nos no que foi o Uruguai dos anos 80. A música popular, muito mais do que na Argentina, estava ligada aos testemunhos dos músicos que regressavam do exílio. “La maquina del tiempo” de Eduardo Mateo foi um OVNI chegado entre arengas políticas, incompreendido pela maioria. Como escreve o meticuloso biógrafo Guilherme de Alencar Pinto acerca de Mateo: "é admirável como um músico, com uma idade onde geralmente a criatividade fica estagnada, foi explorando novos caminhos com uma frescura e um radicalismo de quem acaba de descobrir a música...".
Nos parâmetros actuais, “La mosca” situar-se-ia equidistante entre o punk e a tecno. Não é o álbum mais apropriado para “mergulhar” em Mateus. A música é difícil, incómoda, há que avaliá-la no ziguezaguear do processo evolutivo da obra deste uruguaio, uma obra que ficou como testemunho final de um personagem único.
O álbum foi originalmente editado em Dezembro de 1989. Mateus morreu alguns meses mais tarde, orgulhoso da “Mosca”, dizendo a todos os que quisessem ouvir que era seu melhor álbum.
Mas poucos o ouviram...
Ángel Eduardo Mateo López (Montevideo, 19 de septiembre de 1940 - 17 de mayo de 1990), músico y compositor uruguayo, fue uno de los grandes representantes de la música popular en su país. Compuso innumerables canciones, candombes, baladas y bossa novas como solista o junto a otros importantes artistas y conjuntos (Ruben Rada, Horacio Buscaglia, Estela Magnone, Los Malditos, El Kinto, entre otros).
Este foi o último álbum do grande músico Uruguaio Eduardo Mateo e o mais extremista, radical e complexo. "La Mosca" marca a obsessão que Mateus tinha com o tempo. O disco é de 1989 e Mateus morreu em 1990.
Agora, que o culto ao músico uruguaio, falecido em 16 Maio de 1990, tem vindo a crescer, especialmente em Buenos Aires, torna-se imprescindível ouvir “La mosca” (1989) que integrou a série “La maquina del tiempo” iniciada em 1983.
Mateo era obcecado com o tempo (na verdade, era um desleixado coleccionador de relógios velhos). “La Mosca”, paradoxalmente, é um disco futurista. Entre sons do mar e o tic-tac persistente de um relógio, um tema como “Somos eras” cavalga sobre um harpejo melancólico, mas o tom predominante é diferente: baterias digitais, voz deformada e os teclados de Hugo Jasa, jinglero e co-autor de todos os arranjos.
Excepto em “Juntos podemos chegar”, uma espécie de bossa nova tecno, não há músicas suaves na “Mosca”. Há, de facto, uma necessidade de reforçar uma atitude ideológica que está em dívida com um contemporâneo de Mateus, o também já falecido Jorge Lazaroff.
É preciso situarmo-nos no que foi o Uruguai dos anos 80. A música popular, muito mais do que na Argentina, estava ligada aos testemunhos dos músicos que regressavam do exílio. “La maquina del tiempo” de Eduardo Mateo foi um OVNI chegado entre arengas políticas, incompreendido pela maioria. Como escreve o meticuloso biógrafo Guilherme de Alencar Pinto acerca de Mateo: "é admirável como um músico, com uma idade onde geralmente a criatividade fica estagnada, foi explorando novos caminhos com uma frescura e um radicalismo de quem acaba de descobrir a música...".
Nos parâmetros actuais, “La mosca” situar-se-ia equidistante entre o punk e a tecno. Não é o álbum mais apropriado para “mergulhar” em Mateus. A música é difícil, incómoda, há que avaliá-la no ziguezaguear do processo evolutivo da obra deste uruguaio, uma obra que ficou como testemunho final de um personagem único.
O álbum foi originalmente editado em Dezembro de 1989. Mateus morreu alguns meses mais tarde, orgulhoso da “Mosca”, dizendo a todos os que quisessem ouvir que era seu melhor álbum.
Mas poucos o ouviram...
Ángel Eduardo Mateo López (Montevideo, 19 de septiembre de 1940 - 17 de mayo de 1990), músico y compositor uruguayo, fue uno de los grandes representantes de la música popular en su país. Compuso innumerables canciones, candombes, baladas y bossa novas como solista o junto a otros importantes artistas y conjuntos (Ruben Rada, Horacio Buscaglia, Estela Magnone, Los Malditos, El Kinto, entre otros).
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
domingo, 22 de agosto de 2010
El secreto de sus ojos
"El secreto de sus ojos", baseado na obra de Eduardo Sacheri conta a história de Benjamín Espósito, funcionário público acabado de se aposentar que resolve escrever um livro sobre um crime que investigou 25 anos atrás.
Este é um filme policial influenciado pelo noir americano dos anos 40. Aqui não há heróis nem ninguém é totalmente vilão. Não há tangos, nem praças primeiro de Maio nem políticos desaparecidos. As personagens vão em busca dos seus sonhos e aspirações, numa história cheia de paixões sufocadas pelo tempo mas onde também o humor requintado serve de escape à intensidade do tema.
Realizado por Juan José Campanella, que dirigiu também "El hijo de la novia" e "El mismo amor la misma lluvia" tem como protagonistas duas das caras que adoro, as mais populares e mais respeitadas do cinema argentino, Ricardo Darin e Soledad Villamil.
Este filme foi galardoado com o Oscar da Academia de Hollywood como o melhor filme estrangeiros de 2009! Vale mesmo a pena!!!!
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
O Boom Fest começa hoje
De dois em dois anos nas margens da barragem de Idanha-a-Nova (Castelo Branco), na altura da lua cheia, realiza-se o Boom Festival, uma festa de trance das mais conceituados da cultura psicadélica e que, segundo a ONU, é um dos festivais mais ecológicos do Mundo.
O que se pode esperar neste evento que foi este ano convidado pela ONU para integrar a "United Nations Music & Environmental Initiative", um projecto criado para "promover a consciência ambiental através da popularidade da música"??
Boomers, que se reúnem neste recinto para estar com a natureza, numa experiência de cultura alternativa e interactividade espiritual, de calças com padrões psicadélicos, rastas, tatuagens, guitarras e esteiras de campismo; casas de banho sem autoclismo, onde os dejectos são fermentados na terra; chuveiros onde nenhum litro de água é desperdiçado; geradores de energia alimentados a óleo vegetal usado; reaproveitamento da água saída dos chuveiros, através de um sistema de tratamento biológico; materiais de construção sustentáveis: bambú, madeira reciclada, fardos de palha, tecido e estruturas reaproveitadas do Rock in Rio e do Festival Internacional de BD da Amadora.
O espírito deste festival, de consciência ecológica, levou a que seja um sucesso internacional acolhendo "free spirits" de todas as idades que viajam de vários lugares no mundo, e que de livre vontade vão co-habitar durante sete dias, como uma grande família mundial, vivendo uma realidade alternativa sem incomodar nem prejudicar ninguém!
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Nostalgia
Sofrer a dor de uma perda
Viver...
na morte de um amor
Dividida!
só metade
O silêncio instalado
o vazio alrededor
A angústia dos dias não vividos
A nostalgia dos dias passados
A sua imagem impressa
em todos lugares da casa
que acompanham a música,
os cheiros intensos
que me transportam
para um país distante
onde ole a tierra mojada
a intensidade dos seus olhos azuis
qual dia bonito, cheio de luz,
inesquecíveis!
as gardenias no jardín
o drexler na emoção
os infindáveis pôr-do-sol
a caírem sobre o horizonte
ele está sempre!
nos meus monólogos
na vida
sem partilha
mas há também
uma raiva surda
um desespero que dói
uma tristeza infinda
por me ter prometido
que no fallaba
que quedaría conmigo por toda la vida!!!
Viver...
na morte de um amor
Dividida!
só metade
O silêncio instalado
o vazio alrededor
A angústia dos dias não vividos
A nostalgia dos dias passados
A sua imagem impressa
em todos lugares da casa
que acompanham a música,
os cheiros intensos
que me transportam
para um país distante
onde ole a tierra mojada
a intensidade dos seus olhos azuis
qual dia bonito, cheio de luz,
inesquecíveis!
as gardenias no jardín
o drexler na emoção
os infindáveis pôr-do-sol
a caírem sobre o horizonte
ele está sempre!
nos meus monólogos
na vida
sem partilha
mas há também
uma raiva surda
um desespero que dói
uma tristeza infinda
por me ter prometido
que no fallaba
que quedaría conmigo por toda la vida!!!
La ventana
La puta lluvia que no deja de golpear
en la ventana que llora
Miro afuera
me parece una maldición!
Baja un frío...
un frío que hiela el cuerpo
que rompe los huesos
un frío que nos tira al olvido y nos endurece!
quiero abandonar esta tristeza y angustia
estos vacíos horribles
soledad… quiero salir!
golpeo la ventana violentamente
me quiero ir en busca del sol
estoy tan cansada
¿donde esta el sol?
9 de Maio de 2010
aniversário de Adolfo
A dispensadora
Prescindi há dias da minha hora de almoço, para não interromper o meu horário laboral com assuntos particulares, e dirigi-me à Segurança Social para solicitar um comprovativo a entregar na Fac da minha filha, que está a requerer uma bolsa de estudo para aluno deslocado.
Esperei, pacientemente, na fila que me conduzia ao dispensador de senhas, uma tal de senhora anafada e autoritária cujo trabalho consiste em perguntar num tom de voz que nos faz ficar pequeninos:
que senha quer? E todos os utentes despejam a razão que os leva ao lugar. Então, a "dispensadora de senhas" vira-se para o lado onde tem 3 caixas de senhas de diferentes cores, colocadas lado a lado, e retira um minúsculo papelinho que nos concede o direito de esperar novamente e de forma ordenada a chamada do nosso número.
À minha frente uma mulher asiática com dificuldades na interpretação e articulação da língua portuguesa mostrava papéis de vários formatos à "dispensadora de senhas" que, com ar impaciente e presunçoso, apontava de dedo espetado um importante carimbo que dava como prova, que toda a documentação estava em ordem. A figurinha estilizada plantada à minha frente argumentava num registo tonal, tal qual a interprete soprano da Cio-Cio-San na Madame Butterfly, palavras incompreensíveis que a "dispensadora de senhas" descartava repetindo: carimbo, tudo ok, entende?? E em gesto de reforço, a "dispensadora de senhas" virava o polegar para cima e repetia, ok!!
Resmungando palavras ininteligíveis a asiática à minha frente recolheu tudo e saiu.
Seguinte!!!
Era a minha vez. Humildemente, e porque já conheço de ginjeira este tipo de "dispensadoras", solicitei com uma voz calma e simpática: uma senha azul! Preciso de um senha azul para pedir um comprovativo de que a minha filha de 17 anos não está inscrita na Segurança Social nem auferiu qualquer salário no ano transacto! A "dispensadora de senhas" olhou de soslaio para mim e apontou para um pequeno cartaz escondido entre os verdadeiros dispensadores de senhas: impossível retorquiu, a maioria dos funcionários está de férias e só entregamos senhas entre as 9 e as 10h da manhã para além de que as senhas de amanhã já estão todas entregues. E continuou, a situação só deverá normalizar no final do mês de Agosto quando todos tiverem regressado de férias!!
Olhei para a "dispensadora", quis argumentar e referir que entre as 9 e as 10h estaria a trabalhar, que o mísero papel só necessitaria de um nome e um simples carimbo confirmando que a minha filha só tem 17 anos, é estudante e não trabalha, que o papel é mesmo urgente e importante para requerer a bolsa de estudante mas, ao olhar para a "dispensadora de senhas" pensei, como é que se contesta para uma máquina?
Esperei, pacientemente, na fila que me conduzia ao dispensador de senhas, uma tal de senhora anafada e autoritária cujo trabalho consiste em perguntar num tom de voz que nos faz ficar pequeninos:
que senha quer? E todos os utentes despejam a razão que os leva ao lugar. Então, a "dispensadora de senhas" vira-se para o lado onde tem 3 caixas de senhas de diferentes cores, colocadas lado a lado, e retira um minúsculo papelinho que nos concede o direito de esperar novamente e de forma ordenada a chamada do nosso número.
À minha frente uma mulher asiática com dificuldades na interpretação e articulação da língua portuguesa mostrava papéis de vários formatos à "dispensadora de senhas" que, com ar impaciente e presunçoso, apontava de dedo espetado um importante carimbo que dava como prova, que toda a documentação estava em ordem. A figurinha estilizada plantada à minha frente argumentava num registo tonal, tal qual a interprete soprano da Cio-Cio-San na Madame Butterfly, palavras incompreensíveis que a "dispensadora de senhas" descartava repetindo: carimbo, tudo ok, entende?? E em gesto de reforço, a "dispensadora de senhas" virava o polegar para cima e repetia, ok!!
Resmungando palavras ininteligíveis a asiática à minha frente recolheu tudo e saiu.
Seguinte!!!
Era a minha vez. Humildemente, e porque já conheço de ginjeira este tipo de "dispensadoras", solicitei com uma voz calma e simpática: uma senha azul! Preciso de um senha azul para pedir um comprovativo de que a minha filha de 17 anos não está inscrita na Segurança Social nem auferiu qualquer salário no ano transacto! A "dispensadora de senhas" olhou de soslaio para mim e apontou para um pequeno cartaz escondido entre os verdadeiros dispensadores de senhas: impossível retorquiu, a maioria dos funcionários está de férias e só entregamos senhas entre as 9 e as 10h da manhã para além de que as senhas de amanhã já estão todas entregues. E continuou, a situação só deverá normalizar no final do mês de Agosto quando todos tiverem regressado de férias!!
Olhei para a "dispensadora", quis argumentar e referir que entre as 9 e as 10h estaria a trabalhar, que o mísero papel só necessitaria de um nome e um simples carimbo confirmando que a minha filha só tem 17 anos, é estudante e não trabalha, que o papel é mesmo urgente e importante para requerer a bolsa de estudante mas, ao olhar para a "dispensadora de senhas" pensei, como é que se contesta para uma máquina?
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