segunda-feira, 31 de outubro de 2011

todas as manhãs...

Todas as manhãs trazes-me a luz do sol,
os cheiros das ervas e das flores,
o odor da maresia, recem colhida do mar
trazes-me também, o turbilhão de rasgos brancos
que os aviões neste hemisfério deixam no azul transparente do céu

Todas as manhãs agradeço estas dádivas que me trazes
e caminho no teu encalço.

trilho carreiros inúteis de vida
levando a tua memória como força
dentro do meu peito

Todas as manhãs a tua lembrança me alumia,
me faz sorrir, sozinha,
recordando sonhos de um outro tempo, não há muito passado.
sonhos que alegram por momentos o meu espírito
mas deixam-no cheio de angústia e saudade

Todas as manhãs caminho para ti,
em direcção à linha do horizonte,
passos que tropeçam nos escolhos do dia-a-dia,
passos incansáveis que me transportam
para ti, lá bem ao fundo…

Todas as manhãs renasço,
uns dias como nuvens no céu de verão,
fiapos que se deslocam embaladas por um vento suave
que cruzam o azul celeste;
outros dias, mais invernosos,
como nuvens cinzentas e pesadas
empurradas por fortes vendavais
que se convertem em gotas
e enchem o meu temporal

Todas as manhãs a tua memória vem até mim
E, em entre-sonhos torna-se verdade,
estás aqui ao meu lado
amando-me com paixão,
com juras de eternidade,
till death do us part

Todas as manhãs creio-te a meu lado
procuro o calor e a presença do teu corpo,
o teu afago matinal

pura utopia

Todas as manhãs... desperto!

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